No coração quente de Natal, o Pai D’Égua já era mais que um boteco. Era ponto de encontro, abraço em forma de mesa, casa de quem procura comida boa, cerveja gelada e conversa solta. Faltava apenas descobrir isso e revelar uma identidade à altura dessa alma — e esse foi o desafio que nos lançaram. Nosso trabalho foi traduzir em imagem o caos organizado que, em meio às explorações, descobrimos ser o que faz do Pai D’Égua um dos lugares mais queridos da cidade.
Uma marca que dança e acolhe
A nova identidade nasce a partir de três pilares: Boemia, Amigos e Casa. Essa tríade representa o som do brinde, o riso que se espalha pela calçada, a lembrança de uma noite que termina com um “até logo” e nunca com um adeus.
O conceito revelado em meio às explorações e descobertas — o caos organizado — virou nossa bússola. Nada no Pai D’Égua é exatamente reto, alinhado ou previsível — e é isso que o torna especial. Cada escolha visual carrega essa dualidade: entre o improviso e o cuidado, o tradicional e o ousado, o regional e o contemporâneo.


Uma identidade com sotaque
As cores são puxadas da alma nordestina, das bandeiras de Natal e do RN, e de artistas como Tarsila do Amaral e Glauco Rodrigues, inspirações reveladas na etapa de descobertas. Cores que não gritam, mas cantam.
O logo é uma mini festa. O “P” tem o sorriso de quem recebe bem. O “D” abocanha o apóstrofo. As letras dançam.
As ilustrações misturam xilogravura com o estilo popular de Heitor dos Prazeres, fundindo tradição e modernidade. Caranguejo, cerveja, espetinho, futebol — tudo está lá, contado com traço solto e cor vibrante. Como a vida deve ser.
As tipografias escolhidas para o Pai D’Égua combinam dois estilos condensados que, juntos, constroem uma identidade visual com equilíbrio entre estrutura e afeto. A primeira é uma fonte sem serifa, de personalidade alegre, que carrega a leveza e a informalidade típicas de um boteco — descontraída, mas com presença marcante. A segunda é uma fonte manuscrita, também condensada, com traços irregulares e ritmo fluido, que traz à tona o lado mais afetivo, próximo e espontâneo da marca.

Essa convivência entre o racional e o emocional se torna visível em diversos pontos de contato. A tipografia sem serifa garante legibilidade e consistência gráfica, funcionando como base da comunicação visual. Já a manuscrita entra como um elemento de voz, quase como uma intervenção pessoal, que adiciona camadas de simpatia e naturalidade ao projeto. No cardápio, por exemplo, é essa combinação que permite equilibrar a clareza das informações com o tom solto e descompromissado das descrições, como se cada prato fosse apresentado por um amigo que já conhece a casa há tempos.
Mais do que escolhas estéticas, as tipografias do Pai D’Égua são ferramentas narrativas. Elas traduzem graficamente a alma do boteco: um lugar onde tudo é pensado com cuidado, mas nada parece ensaiado.






Mais que visual: é memória
O novo Pai D’Égua não é apenas uma marca bonita. É uma declaração de afeto a um jeito de viver. É identidade construída com base na escuta, nas histórias contadas à mesa e na vivência real de quem frequenta o lugar. Nosso desafio não era criar algo novo, mas revelar o que já estava ali — e traduzir isso com verdade, cuidado e coerência.
Foi assim que nasceu o conceito central que guiou todo o projeto: O boteco amigo. Uma expressão simples, mas carregada de sentido. Criada por nós para nomear o que o Pai D’Égua realmente é para tanta gente: um espaço onde a comida tem gosto de lembrança, a cerveja acompanha boas conversas e o tempo passa devagar, como deve ser. Não se trata apenas de branding. Trata-se de reconhecer um modo de viver e dar forma a ele.
A nova marca é visual, sim, mas é também memória, afeto e presença. É aquela identidade que acolhe quem chega, que vira parte da rotina sem esforço, que transforma o happy hour em história e o brinde em ritual. Um trabalho pensado para permanecer — como os melhores amigos.








